Terça, 25 Agosto 2015 13:08

GESTÃO DESQUALIFICADA PREJUDICA MILHÕES DE BENEFICIÁRIOS DO INCRA E MDA

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O baixo nível de qualificação dos gestores do Incra e MDA é público e notório. Exemplos disso são os péssimos resultados conseguidos pelos órgãos, a falta de projetos que valorizem o desenvolvimento do meio rural brasileiro e a inexistência de responsabilidade com a coisa pública. Além disso, o esforço destes gestores, na grande maioria, privilegia seus aliados políticos e empresas com as quais os órgãos mantêm contratos de prestação de serviços.

 

Santarem superintendente Luiz Bacelar Guerreiro Júnior  greve 23.7.2015No entanto, nem sempre estes gestores se dão bem nas manobras de enriquecimento ilícito e depredação dos recursos do Estado. Isso, porque de vez em quando a Polícia Federal e Ministério Público investigam as manobras criminosas e seus executores são flagrados, presos e incriminados pelas atividades irregulares.

 

Exemplos destes flagrantes de depredação do patrimônio público ocorreu na manhã de 24/8, quando a Polícia Federal prendeu o superintendente do Incra em Santarém, no Oeste do Pará, Luiz Bacelar Guerreiro Júnior, e o encaminhou à sede da instituição policial no município durante a operação "Madeira limpa". De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), ele permitia que empresários do ramo da madeira explorassem ilegalmente assentamentos da região.

 

Acesse AQUI carta de entidades representativas sobre a prisão.

 

No dia dois de dezembro de 2014, o então superintendente do Incra/MA, Antônio Carneiro, foi preso em Imperatriz (MA), durante uma operação da Polícia Federal no Maranhão. A Operação Ferro e Fogo I e II investigava um esquema de corrupção envolvendo servidores públicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema) e empresários. Carneiro foi preso por suspeita de ter participado do esquema de corrupção quando era secretário adjunto da Sema.

 

Diante destes e outras dezenas de casos, pergunta-se: o que esperar do Governo que nomeia pessoas com ficha suja para cargos importantes em órgãos públicos, como o Incra e MDA. Essas nomeações de desqualificados prejudicam milhões de pessoas potencialmente beneficiárias do Incra e MDA, barram o desenvolvimento do interior do Brasil, reduzem o volume e a qualidade dos alimentos que chegam a mesa do brasileiro e não realizam o ordenamento da estrutura fundiária do pais, sem falar da destruição do meio ambiente e a segurança territorial.

 

Quem prejudica milhões de pessoas, destrói florestas e vende as terras da união dificilmente vai valorizar alguns milhares de servidores vilipendiados do Incra e MDA. Por isso que os servidores fazem greve, pois sem esse movimento reivindicatório e de divulgação dos problemas que atingem os órgãos o que é difícil se torna impossível.

 

Nos seus 45 anos de existência o Incra passou por uma série de dificuldades, com destaque para a má gestão e de falta de estrutura. Os servidores, a exemplo do órgão foram também abandonados. As ameaças ao órgão e seus agentes foram constantes e não é diferente agora, quando mais de 47% do orçamento da união vai para juros da dívida (feita para ajudar a classe dominante) divulga-se que o Governo está em crise. Segundo a imprensa, a arrecadação federal caiu só 2,44% em junho deste ano. Isto é crise? Com este discurso, o Governo corta recursos das universidades, do Incra, do SUS e repassas a entidades privadas para gerar lucros e mais exploração dos trabalhadores. Pergunta-se: porque não auditar esta dívida e suspender o pagamento aos credores que sugam o orçamento? Por isso, sofrem a educação, saúde, desenvolvimento agrário e todas  as atividades em prol da classe trabalhadora - que por sinal é quem paga mais de 65% dos impostos que geram a arrecadação federal. Entretanto, não somos nós que financiamos campanhas milionárias a cada dois anos.

 

A última ameaça, anunciada de forma subliminar pelo governo, é a redução de ministérios – passando de 39 para 29. Existe uma aposta que o MDA seja fundido com outro ministério e o Incra fica apenas como incógnita. Que nefasto presente para o Incra, no ano que faz 45 anos de fundação e seus servidores em pleno movimento de greve.

 

Por fim, fica uma pergunta para reflexão, como pode dois órgãos da mesma administração federal tem tratamento e reconhecimento tão distinto. A Polícia Federal é valorizada reconhecida por prender o ladrão. Por que o mesmo tratamento não é dado ao Incra e ao MDA que cuidam da terra, de onde provem o alimento, o pão???

 

Fonte: Cnasi 

Ler 2759 vezes Última modificação em Terça, 25 Agosto 2015 14:27