Tal postura, que se sustenta na legalidade totalitária que visa impedir a organização das trabalhadoras no seu local de trabalho, reforça o padrão violento e desrespeitoso de tratamento com que as mulheres são comumente tratadas no seu ambiente de trabalho. Entretanto, ainda que essa estrutura patriarcal possa ser observada no INCRA, é importante mencionar que não há nenhum registro de expediente anterior, com conteúdo semelhante, com o objetivo de silenciar a voz das trabalhadoras, justamente no seu dia de luta.
A atitude do superintendente foi tão descabida que se contrapôs até mesmo ao evento realizado pela Diretoria de Gestão Administrativa e Gabinete da Presidência do INCRA, ocorrido na manhã do mesmo dia 08/03/2018, no auditório da sede desta instituição, em Brasília. É certo que temos várias críticas ao formato institucional e ao conteúdo político das atividades realizadas no mesmo dia 08/03/2018 pela direção do INCRA, mas não podemos deixar de expor as contradições apresentadas inclusive dentro da própria gestão do INCRA. Enquanto na última quinta-feira, 08/03 a Administração Central divulga nota assinada pelo presidente do INCRA em "celebração" ao dia Internacional da Mulher e realiza "evento festivo" – descaracterizando totalmente o significado desta data de luta -, por outro lado o Superintendente Regional do INCRA/MG, por meio de ato formal, autoritário e desnecessário tenta intimidar as trabalhadoras dificultando a participação em um debate.
Dessa forma, a Diretoria da CNASI-AN registra aqui o total repúdio ao ato do superintendente Regional de Minas Gerais, Sr. Robson Fonzar. Bem como, parabenizamos e apresentamos nosso apoio às trabalhadoras do INCRA/MG e à ASSINCRA-MG, que mesmo diante da manifestação do chefe Regional se mantiveram firmes e realizaram a atividade de organização no seu local de trabalho. Por fim, reafirmamos que defenderemos veementemente o direito de manifestação, organização e resistência das mulheres, bem como estaremos sempre nas fileiras da luta pela garantia de igualdade entre homens e mulheres, apesar da desigualdade e exploração diferenciada que a atual sociedade nos impõe.
Diretoria da CNASI-AN