O ato, que contou com apoio do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal em Santa Catarina (Sintrafesc), começou pela manhã, em um café coletivo no hall de entrada do prédio. O momento foi de integração entre os funcionários e também de análise da negociação das categorias com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), cuja proposta para todos os servidores federais, que prevê reajuste salarial de 21,3% parcelados em quatro anos e com início em 2016, foi rejeitada pelo Incra em todos os estados. “Estamos pleiteando 27,3% que correspondem às perdas inflacionárias desde o último reajuste e não aceitamos que o governo engesse o movimento sindical com acordos plurianuais como esse, que não prevêem as perdas futuras”, revelou Dermio Filippi, diretor da Secretaria para Assuntos de Aposentadorias e Pensões do Sintrafesc.
Reestruturação e investimentos
Marcelo Spaolonse, vice-presidente da Assincra-SC, lembrou que além de não cobrir as perdas inflacionárias, a proposta não abarca as reivindicações específicas dos servidores do Incra, que desejam a reestruturação da carreira de Reforma e Desenvolvimento Agrário. Gilmar Amaral, do SindPFA, corroborou a tese de que os servidores do Incra não buscam somente corrigir as perdas. “A carreira do Incra não foi reestruturada como muitas outras, temos o salário defasado em comparação com outros órgãos federais e é por isso que somente a correção para nós não adianta”, explicou.
Além da insatisfação quanto à questão salarial, os servidores manifestaram também o descontentamento com a estrutura do órgão e as condições de trabalho. “Sofremos 49% de corte no orçamento esse ano, temos superintendências com prédios caindo e sem material básico de higiene para trabalhar”, lembrou Arnaldo José, integrante da diretoria nacional da Confederação Nacional das Associações dos Servidores do Incra (CNASI). Frente à atual situação, além de não verem motivos para comemorar, os servidores se questionam sobre o real interesse do governo em sua política de desenvolvimento para o campo, uma vez que o órgão responsável pela gestão de terras encontra-se esquecido.
Fonte: Assincra/SC