Os servidores do Incra em boa parte do Brasil fizeram diversas atividades como forma de lembrar os 45 anos de fundação do órgão, com destaque para debates e paralisações. Essa “descomemoração”, como bem definiram os profissionais lotados na Superintendência Regional do Incra no Piauí, foi uma maneira de os trabalhadores da autarquia chamarem a atenção da sociedade e do público beneficiário para a importância de reestruturar o órgão e valorizar seus profissionais a fim de que melhor realizem suas atividades.
No Piauí, os servidores paralisaram atividades para 'descomemorar' os 45 anos do Incra, em protesto contra o governo e as medidas que têm afetados os trabalhadores. Os servidores reclamam da falta de estrutura e reposição salarial, além de loteamento político do órgão no Piauí. Para os servidores, nesta data em que o órgão completou 45 anos, há muitos motivos de ‘descomemoração’ e exigir melhorias. “O órgão tem passado por um grave processo de sucateamento, que tem impedido o órgão de cumprir seus objetivos institucionais, que é executar a reforma agrária e o ordenamento fundiário”, diz o comunicado da Assincra/PI.
Em Goiás os servidores lembraram os 45 anos do Incra com da roda de conversas e debate sobre os problemas da autarquia. Em seguida, os profissionais apreciaram uma exposição de fotos antigas e recentes que retratam os reflexos do trabalho dos servidores nos assentamentos implantados pelo Incra/GO. Os trabalhadores acompanharam as fotos, poemas de Antônio Gonçalves da Silva, mais conhecido como Patativa do Assaré - poeta, compositor e cantor nordestino, que em sua obra revive sua história de vida ligada à terra.
Servidores do Incra Belém realizaram ato fúnebre para “descomemorar” os 45 anos da autarquia. O cortejo fúnebre percorreu algumas ruas do entorno da sede. O ato foi um protesto contra o sucateamento do órgão e o descaso do governo federal com a reforma agrária e a agricultura familiar, principalmente na Amazônia, região que assenta 44 % das famílias assentadas (428 mil) em todo país, sem a devida contrapartida por parte do governo em termos de investimentos e recursos humanos. Lideranças do MST marcaram presença no ato. Em assembleia realizada na segunda-feira (6/7) os servidores decidiram entrar em greve por tempo indeterminado a partir de sexta-feira (10/7) para pressionar o Governo Federal a negociar melhores salários e condições de trabalho.
Em Santa Catarina os quarenta e cinco anos de fundação do Incra não foram motivo de celebração. Pelo contrário, os servidores da autarquia, associados à Associação dos Servidores do Incra (Assincra/SC) e ao Sindicato Nacional dos Peritos Federais Agrários (SindPFA) no estado, fizeram uma paralisação conjunta para manifestar seu descontentamento frente ao descaso com que o governo vem tratando a reforma agrária e as reivindicações dos servidores. O ato, que contou com apoio do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal em Santa Catarina (Sintrafesc), começou pela manhã, em um café coletivo no hall de entrada do prédio. O momento foi de integração entre os funcionários e também de análise da negociação das categorias com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG).
Em Tocantins o sindicato (Sintsep-TO) e a associação (Assincra/TO) de servidores realizaram debate sobre a reforma agrária e a qualidade da gestão atual. Os líderes camponeses Pedrinho do São João e Raimundo participaram do ato resgatando a história de luta pela terra, desde o combate à grilagem da fazenda São João, na década de 70, até a criação do projeto de assentamento. O quadro geral não é bom, a reforma agrária tem neste ano o pior desempenho em 17 anos. Além disso, os servidores ameaçam deflagrar greve contra as perdas inflacionárias a partir do dia 22 desde mês. Segundo, Sindicato a pauta dos servidores não se resume ao “reajuste linear”. É importante que o governo apresente propostas que levem em conta outras demandas urgentes da categoria como reajuste em benefícios, incorporação de gratificações produtivas aos salários dos servidores, realização de concursos para recompor a mão de obra qualificada da administração pública.
No Mato Grosso do Sul os servidores fizeram mobilização reafirmando a rejeição à proposta apresentada pelo governo e o indicativo de greve caso não atenda a reivindicação de melhoria dos padrões remunerativos e reestruturação do Instituto.
No dia do aniversário do Incra os servidores do órgão em Mato Grosso mantiveram o movimento paredista iniciado ainda em maio de 2015, em retaliação à falta de gestão qualificada e orçamento adequado para suprir as necessidades básicas do Incra/MT. Os servidores do Incra em Mato Grosso decidiram deflagrar greve por tempo indeterminado desde o dia 1º de junho de 2015.
No Amazonas cerca de 70 servidores realizaram neste dia 9 de julho, pela parte da manhã, uma manifestação contra a proposta do Governo de aumento salarial de 21,03%, parcelado em quatro anos. Além de protestos em prol da Reforma Agrária, reivindicaram melhores condições de trabalhos, reestruturação das carreiras e equiparação de salário do Incra com o do Ibama.
No Paraná os servidores da sede regional do Incra, em Curitiba, realizaram uma manifestação pela manhã em frente ao órgão. No dia em que o Incra comemorou 45 anos, os trabalhadores fizeram uma festa de ‘desaniversário’ em razão das condições de trabalho que consideram precárias. A direção da Assincra/PR afirmou à imprensa que o órgão está sucateado e o ato de ‘descomemoração’ em homenagem ao aniversário de 45 anos foi criado para chamar a atenção quanto às condições de trabalho, sucateamento, falta de recursos públicos e até de viaturas.
Os servidores do Incra no Oeste do Pará, com sede em Santarém, realizaram um dia de paralisação no sentido de chamar a atenção para a necessidade de fortalecimento da autarquia, valorização dos trabalhadores, melhoria dos padrões remunerativos com equiparação ao Ibama, reestruturação e ampliação do orçamento para a autarquia, concurso para novos profissionais, ampliação de benefícios auxílio transporte, alimentação, creche, entre outros.
A Associação dos Servidores do Incra na Paraíba (Assincra/PB) ofereceu café para os servidores, terceirizados e estagiários da autarquia no período da manhã. Além de destacar a atuação do Instituto na promoção do desenvolvimento social no meio rural foi promovido debate sobre a reforma agrária, o papel do Incra e sobre a reestruturação das carreiras da autarquia.
Em Pernambuco houve missa pela manhã, na sede da autarquia em Recife. A Associação dos Servidores do Incra (Assincra/PE) promoveu ainda café da manhã para os servidores e colaboradores da autarquia. Também houve apresentação sobre os marcos históricos do Incra no estado.
Foi realizado o seminário "Resgate das raízes e identidades do Incra em Rondônia", na sede do órgão em Porto Velho, com a participação de diversos segmentos da sociedade, especialmente de representações dos trabalhadores rurais. Na sexta-feira feira será apresentada uma mostra de filmes e documentários sobre o órgão, a reforma agrária e sua atuação em Rondônia.
Em Sergipe houve apresentações culturais de comunidades quilombolas e agricultores assentados e a exposição e comercialização de produtos oriundos da reforma agrária marcam, em Aracaju, as atividades pelos 45 anos do Incra. O evento aconteceu pela manhã, na sede da Superintendência Regional.
Em Brasília, o dia começou com os representantes da Cnasi, da Assera/BR e do SindPFA recebendo visita de cortesia da presidente do Incra, Maria Lúcia Falcón. A presidente visitou também as diretorias e coordenações da sede, na data. A Assera/BR realizou um debate durante o horário do almoço, com a participação das direções da Cnasi, SindPFA, Condsef, políticos e defensores históricos da reforma agrária, como Osvaldo Russo. Neste debate a presidente Maria Lúcia Falcón anunciou oficialmente o pedido de aviso ministerial feito ao MDA e a ser repassado ao MPOG solicitando melhoria nas carreiras da autarquia.
Acesse AQUI o relatório da Direção Nacional da Cnasi sobre suas atividades em Brasília na data.
Fonte: Cnasi